Website de avaliação crítica de cines.

Tropa de Elite

Posted by:

|

On:

|

,

Tropa de Elite, amplamente conhecido como Tropa de Elite – Missão Dada é Missão Cumprida,[4][5] é um filme policial brasileiro de 2007, do gênero drama e policial, dirigido por José Padilha, que também escreveu seu roteiro, com Braulio Mantovani e Rodrigo Pimentel, e produziu com Marcos Prado. Tem como tema a violência urbana na cidade brasileira do Rio de Janeiro junto com a ajuda do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. O filme é baseado elementos presentes no livro Elite da Tropa, de André Batista e Rodrigo Pimentel, em parceria com Luiz Eduardo Soares. É estrelado por Wagner MouraAndré RamiroCaio JunqueiraMilhem CortazFernanda MachadoAndré Di Mauro [1] Paulo VilelaFernanda de FreitasMaria Ribeiro e Fábio Lago.

É o primeiro longa de ficção do diretor José Padilha, que anteriormente dirigiu o documentário Ônibus 174 (2002). Foi objeto de grande repercussão antes mesmo de seu lançamento, por ter sido o primeiro filme brasileiro, a meses antes de chegar aos cinemas, vazar para o mercado pirata e a internet.[6] Um dos protagonistas do filme, o ator Caio Junqueira, chegou a declarar que, por mais que achasse a pirataria algo negativo, sabia que havia sido “por causa dela que o trabalho atingiu o público da televisão”.[7] Uma pesquisa feita pelo Ibope chegou a estimar que mais de 11 milhões de brasileiros teriam visto o filme de forma ilegal [8] – isso, entretanto, não impediu o filme de ter sido bem-sucedido nas bilheterias, tendo estreado em primeiro lugar.[9][10]

Ao criticar os usuários de substâncias ilícitas, atribuindo-lhes a culpa pela expansão do tráfico de drogas e da violência urbana,[11] o filme gerou grande debate na mídia brasileira. As práticas de tortura por parte dos policiais também foram abordadas, gerando questionamentos quanto a uma suposta transformação de tais personagens em heróis em virtude de suas atitudes frente aos criminosos ou à população pobre e aos moradores de favelas.[11] Esse posicionamento, no entanto, é contestado por Padilha. [12]

O filme recebeu o prêmio Urso de Ouro de melhor filme no Festival de Berlim 2008.[13] Uma continuação, Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro, foi lançada no dia 8 de outubro de 2010.

Enredo

Os acontecimentos do filme são narrados em primeira pessoa pelo Capitão Roberto Nascimento, dando uma perspectiva ao espectador de todos os fatos interligados. O filme começa in medias res, no ano de 1997, em um baile funk no Morro da Babilônia, uma das principais bases do narcotráfico da cidade Rio de Janeiro. Na festa se encontram vários traficantes fortemente armados comemorando a uma multidão, enquanto ao fundo toca a música “Rap das Armas“. Uma viatura policial sobe o morro e para em frente ao baile, uma guarnição da Polícia Militar liderada por Capitão Oliveira desce para pegar o suborno dos traficantes. Matias e Neto, dois aspirantes numa moto da polícia, também sobem o morro na surdina, e param num local mais alto. Neto se posiciona com um rifle de precisão auxiliado por Matias. Neto observa a negociação à distância e, de repente, dispara. Logo, a confusão irrompe no meio do baile e começa um tiroteio, Neto e Matias tentam fugir mas são cercados e encurralados num beco; enquanto os traficantes atacam com arsenal pesado, a dupla tenta resistir com a pouca munição que tem. Enquanto isso, uma equipe do BOPE coordenada por Capitão Nascimento chega na entrada do morro e começa uma incursão de resgate.

A história retorna seis meses antes; Roberto Nascimento é líder da equipe Alfa do Batalhão de Operações Policiais Especiais da PMERJ, onde atua há mais de dez anos com total dedicação. Embora tenha equilibrado a vida policial e familiar nos últimos anos, seu esforço tem cobrado um preço cada vez maior ultimamente, sobretudo pelo fato de sua esposa estar grávida do primeiro filho, prestes a nascer. A pressão do trabalho aumenta quando é anunciado que o Papa João Paulo II chegará ao Rio de Janeiro em dois meses e passará a maior parte de sua estadia no Morro do Turano, em contato com a população carente. A região encontra-se dominada pelo tráfico, e precisa ser “pacificada” até a chegada da santidade. Nascimento decide que chegou hora de arrumar um substituto, mas precisa garantir que seu sucessor será tão bom quanto ele.

Enquanto isso, Matias e Neto acabam de entrar para um batalhão da PMERJ, após se formarem como aspirantes. Embora sejam novatos, suas qualidades eram algo que Nascimento almejava encontrar em seu possível sucessor. Neto é encarregado de supervisionar a oficina mecânica do batalhão, operada pelo Soldado Paulo e Cabo Tião, enquanto Matias é direcionado ao trabalho burocrático, organizando os registros criminais e cuidando da comunicação. Apesar de serem amigos de infância, Matias e Neto tem origens e objetivos de vida diferentes. Neto é de classe média e sempre gostou de ação, por isso entrou para a polícia; Matias, apesar de ser negro e de origem humilde, lutou contra as dificuldades e conseguiu entrar na melhor faculdade de Direito do Rio de Janeiro, com o objetivo de tornar-se advogado. A visão que ambos tinham sobre a polícia, de ser uma instituição nobre e respeitada, logo se desmancha ao se depararem com um sistema de corrupção quase institucional.

Incursões noturnas começam a ser realizadas pelo BOPE para enfraquecer o tráfico, onde Nascimento usa métodos questionáveis para encontrar as mulas e mercadorias; em uma das ocasiões, um fogueteiro a serviço do tráfico é usado para extrair a informação e liberado em seguida. Dias depois, a mãe do fogueteiro comparece ao quartel do BOPE e informa que o filho está desaparecido, e pede-lhe o direito de dar um enterro digno. Nascimento sabe que os traficantes possivelmente o assassinaram e sumiram com o corpo após este falhar na função de vigia, o que afeta profundamente seu psicológico, e assim, seu casamento. Matias se envolve com Maria, uma estudante de classe média alta que trabalha numa ONG no Morro dos Prazeres. Esta faz parte de um grupo de jovens usuários de maconha, boa parte da qual é fornecida por Cláudio Baiano, chefe do tráfico na área. Apesar de não fazer uso da cannabis junto aos colegas, Matias esconde sua profissão de policial, enquanto o restante do jovens tem posturas mais tolerantes ao tráfico. Na favela, Matias se propõe a ajudar Romerito, um dos meninos apoiados na ONG e que sofre de uma doença ocular; posteriormente, Maria e Matias começam a namorar.

Neto labuta para colocar a frota de volta em operação, mas se depara com a falta de orçamento, resultado de políticas corruptas na corporação. No processo, Neto conhece Fábio Barbosa, um capitão envolvido com negócios ligados a prostituição. Fábio está sendo prejudicado por Oliveira, um capitão rival apoiado pelo coronel Otávio, chefe do quartel, que tomou seus negócios para si, deixando-o sem uma fonte extra de renda. Ciente de todos os esquemas envolvendo a polícia, Neto arquiteta um plano de furtar o suborno entregue pelo bicheiros, e usar o dinheiro para comprar as peças da oficina. Ao pedir a ajuda de Matias e Fábio, este se recusa a participar, pois acredita não valer a pena o risco. Matias e Neto levam o plano adiante e obtêm sucesso, mas a dupla acaba penalizada por seus superiores. Entretanto, Otávio e Oliveira creem que Fábio foi mentor do esquema, e por isso, resolvem encarrega-lo de coletar o suborno de traficantes no Morro da Babilônia. Ao saber que acompanhará a equipe Oliveira, Fábio percebe que tudo é uma fachada para matá-lo. Ao descobrir a situação, Neto e Matias partem para salvar a pele de Fábio.

Voltando à cena do baile funk no início do filme, Oliveira desce com Fábio para pegar o dinheiro dos traficantes, enquanto Neto e Matias se posicionam alguns metros acima. Acreditando que um traficante iria sacar a pistola para executar Fábio, Neto dispara e o mata na frente dos policiais, dando início ao tiroteio. Um dos oficiais morre metralhado, enquanto Fábio corre para se proteger em um bar e troca tiros com Oliveira. Fábio liga para um contato do BOPE e pede socorro. Nascimento, que estava com sua equipe no Turano para encontrar o corpo do fogueteiro, recebe o chamado para resgatar a guarnição. No Babilônia, os traficantes continuam a abrir fogo contra os policiais até perceberem a chegada do BOPE, que mata alguns membros, incluindo o chefe do tráfico na região. Com a situação normalizada, Nascimento ordena que Neto e Matias carreguem o corpo do chefe até saída do morro. Fábio agradece à dupla pela ajuda, que é fotografada por repórteres levando o cadáver para ambulância. Cansados de viver num quartel corrupto, os aspirantes enxergam o BOPE como a melhor saída, e resolvem ingressar no batalhão. Ao mesmo tempo, Nascimento celebra ao receber a notícia de que seu filho acaba de nascer.

Matias mente para a namorada que precisa viajar por umas semanas, mas quando Baiano vê o rosto de Matias no jornal, Maria é a ameaçada dentro da ONG e descobre o sobre o seu trabalho. Neto e Matias entram no processo seletivo junto com Fábio, este buscando fugir de seus superiores e de Oliveira. Os recrutas passam por uma seleção extremamente árdua e torturante liderada por Nascimento, feita com o propósito de filtrar quaisquer corruptos durante a avaliação. Consequentemente, Fábio desiste, enquanto a dupla prossegue para a segunda fase. Apesar de Matias demonstrar uma boa capacidade metódica, a obstinação de Neto o revela com o melhor potencial para substituto de Nascimento. Após a conclusão dos exames, ambos são admitidos oficialmente na organização. Matias, ao retornar, é confrontado por Maria por ter escondido a profissão, e agora, todos na faculdade a excluíram por seu relacionamento com um policial.

Edu, um dos colegas do grupo de Maria que compra as drogas de Baiano, conta sobre a presença de Matias estar atrapalhando a revenda da mercadoria na faculdade. Ao cobrar mais informações de Edu, que revela sobre o encontro entre Matias e Romerito na favela, Baiano resolve usar a oportunidade para assassinar Matias. Porém, Neto se dispõe a entregar os óculos ao menino, para que Matias participe de uma entrevista de emprego (obtida através de Maria) num escritório de advocacia. Ao chegar na favela para entregar os óculos de Romerito, Neto é surpreendido pela gangue de Baiano e acaba morto; entretanto, descobrem que Neto era membro do BOPE. Desesperado e temendo retaliações, Baiano resolve deixar o morro, mas não antes de cobrar satisfação com os envolvidos na ONG. Maria escapa por pouco da punição, mas dois de seus amigos são capturados e executados a sangue frio por Baiano, e o caso vira manchete nos jornais. A morte de Neto abala tanto Matias quanto Nascimento, que sem um substituto à vista, vê seu casamento desmoronar quando a esposa lhe deixa, levando o filho consigo.

Maria procura a ajuda de Matias, e aceita em lhe dar alguma informação que leve a captura de Baiano. Com a pista entregue por Maria, a equipe de Nascimento realiza incursões ao morro em busca do esconderijo do traficante. Nascimento usa do desejo de vingança de Matias para lhe ensinar seus métodos extremos, e torná-lo o substituto que ele queria. Posteriormente, Matias desmonta o fornecimento de drogas na faculdade, e agride Edu durante uma manifestação pelos mortos na ONG, por dedurá-lo à gangue de Baiano. Numa operação à plena luz do dia, Nascimento e Matias enfim obtêm a localização do traficante após ameaçar uma de suas “mulas” com uma vassoura. Baiano, escondido num barraco no alto do morro, é surpreendido quando seu guarda-costas é atingido com um tiro de fuzil pelo BOPE. Ao tentar fugir pelo telhado, é baleado e cai de bruços na laje. Ao perceber será executado, Baiano clama para que não atirem no rosto, para “não estragar o velório”. Nascimento pega uma escopeta e entrega nas mãos de Matias, concedendo-lhe a chance de vingar-se por Neto. Ao apontar a arma para a cabeça de Baiano e engatilhar a munição, a tela é encoberta pelo clarão do Sol, e então, escuta-se o disparo, confirmando a vingança de Matias.